No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras

No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras
A aventura está apenas começando

sábado, 25 de abril de 2020

para publicar 3 boa noite

A Honra, para Escoteiros, é ser digno de confiança.
"A Honra para um Escoteiro é ser digno de toda confiança. Como um Escoteiro, nenhuma tentação, por maior que seja, e embora seja secreta, irá persuadi-lo a praticar uma ação desonesta ou escusa, mesmo muito pequena. Você não voltará atrás a uma promessa, uma vez feita. A palavra de um Escoteiro equivale a um contrato. Para um Escoteiro, a verdade, e nada mais que a verdade." Baden-Powell.

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Crônicas de um Chefe Escoteiro.
O dia do Escoteiro já passou!

- “Aleluia”! O dia do Escoteiro foi celebrado com louvor e agora só o ano que vem. 23 de abril? Dia de São Jorge? Isto mesmo. Dia que muitos lembram que são Escoteiros. Alguns exaltam nosso nome, outros exaltam nosso amor e outros dizem que é hora de mostrar quem somos. – Um grito de guerra ressoa no ar: - Ponham o lenço! Onde forem usem-nos! Assim vão nos reconhecer! – Será mesmo? Sei não, mas que me desculpem os irmãos Escoteiros acho tudo isto um engano. Engano? Porque Chefe Osvaldo! (ainda bem que me chamam de Chefe Osvaldo, alguns seniores e pioneiros me chamam de Osvaldo! Risos). Vejamos o por que: - Não seria hora de fazer um enorme mutirão de norte a sul sobre o nosso dia? Quem sabe uma passeata? Bandeiras, cartazes a lembrar ao povo que existimos. O que? Daria má impressão? Não sei, mas pelo menos faríamos um enorme marketing do escotismo. Coisa que nossos lideres poucos fazem e deviam fazer. Eles fazem sim de fora para dentro.

Nesta data quantas vezes somos exaltados na impressa falada escrita e televisada? Porque não aparecemos no Radio na TV e nos jornais? Não era hora da EB e Regiões se mexerem e nos colocar na crista da onda? Não temos ninguém preparado ou alguém de prestígio: Ou é melhor deixar o Bial com suas maneirices ou o Jô com suas cafonices a dizer o que somos? Mas para isto precisamos de bons profissionais e se possivel bons comunicadores. Temos? Quantos se arriscam a fazer belas palestras como fazem hoje grandes outros conferencistas de temas importantes que vão da educação ao basquete? Dia 23 de abril, dia do Escoteiro. Passei quantos vinte e três de abril em minha vida? Vamos contar: - Março de 1947 a abril de 2020. Poxa! Tudo isto? Quando menino eu e meus amigos lobos ou Escoteiros íamos à escola de uniforme. Bem recebidos pelos professores. Muitos eram convidados para dizer o que nós fazíamos. Afinal era o nosso dia. Tivemos meninos escoteiros que iam lá à frente e contavam “coisas” gostosas que os Escoteiros faziam. Todos se divertiam com estas apresentações típicas de Fogo de Conselho. Quantos professores hoje fazem isto e quantos jovens se arriscam a vestir um uniforme ou vestimenta e comparecer devidamente uniformizados em seus meios educacionais?

Bem esqueçam seu orgulho profissional. Serão poucos os que foram para o escritório, fábrica, Congresso Nacional ou palácio da Dilma devidamente uniformizado. Ou trajados. Ou vestimentados. Ueba! Só o lenço não vale! Mas não foi nosso dia? Quantos programaram uma apresentação nos colégios, universidades, igrejas ou outras associações de jovens fazendo proselitismo do movimento Escoteiro? Não sei. Afinal lutamos com garra e nosso tempo é mínimo. É possivel que alguns chefes mais afoitos o fizeram. Não desmereço aqueles que colocam o lenço e saem por ai, como diz o Caetano Veloso, “Com lenço e com documento”. Risos. Tirei o dia para “sarro” Desculpem! Mas se fala tanto em modernismo, em pragmatismo, em Diretrizes Nacionais, em Gestão de Adultos, em metodologia moderna que me perco de quem seria a responsabilidade para fazer um grande Marketing neste nosso dia. Falar bonito é uma coisa. Resultados satisfatórios são outra coisa. Sempre pensei que nossa liderança deveria dar o primeiro passo. Mas ela só faz publicar ideias no seu site e mais nada. Ah! Ela também agora faz questionários homéricos no SIGUE sobre o que nós pensamos sobre ela. Se nosso escotismo é de resultados ou não. Pensei que ela sabia, mas não sabe de nada mesmo!

Alguém me disse que sem as mudanças poderíamos ter desaparecidos para sempre. Mas quer saber? Na mente dos responsáveis da nação não existimos. Aqueles Escoteiros e sua boa ação da Velhinha no farol, não existem mais. Aqueles que diziam palavra de Escoteiro também sumiram na multidão da modernidade. Brincam que não vendemos biscoito. Biscoito? Eu nunca vendi isto. Para mim é coisa de americanos! - Transparência honra honestidade, fraternidade e retidão de caráter parece que também está desaparecendo. Sei que devemos pensar que todas as mudanças são boas e sem elas ficaríamos parados no tempo. Já pensou em pleno 2015 sem celular? Sem internet? Sem andar para todo lado de olho pregado na tela de um celular? Sem poder conversar em sua própria casa, pois o celular agora é o dono de tudo? Já não somos mais os aventureiros do passado. Se foi a época em que uns poucos faziam acreditar num escotismo forte, num escotismo de honra, em um escotismo que tínhamos orgulho em ouvir alguém dizer: - Eles são Escoteiros. São o futuro da nação isto eu acho que já passou.

Foi-se embora o 23 de abril. Hoje não sou mais o mesmo. Já fui sim um batalhador pelo meu estado. Em um dia 23 de abril fui recebido pelo Governador Aureliano Chaves em Minas Gerais e ele me deu a honra de falar tudo que pensava do escotismo. Boas duas horas de papo. Em um 23 de abril fiz durante anos palestras em escolas, colégios e igrejas. Em um 23 de abril milhares de Escoteiros em meu estado hasteavam a Bandeira do Brasil em Praça Pública. Ainda me orgulho de vestir minha calça curta. Ela me honra e sempre demonstrou meu caráter em público. E você? Já pensou sobre isto? Não espere pela UEB, ela nunca fez nada e não fará nada, a não ser publicar em seu site. Você se quiser vá lá ou vá ao SIGUE. Caramba, ela não tem profissionais para fazer um marketing do nosso dia? Ou será que os diretores e presidentes não tem a mínima ideia como fazer? Eu queria sair por aí, de calça curta e Chapelão, tentar vender o escotismo como ele é, valente, amigo, irmão, fraterno e alegre em toda e qualquer ocasião. Mostrar que somos um movimento sério de educação. Que temos um lugar importante na formação de jovens em nosso país. Mas seria difícil pensar assim enquanto os valentes dirigentes nacionais quiserem processar irmãos que escolheram outros caminhos para fazer escotismo e esquecendo-se da fraternidade, do Sexto Artigo, de que o Escoteiro é puro nos seus pensamentos palavras e ações vai ser difícil. 

O meu dia do Escoteiro? Todos os dias da minha vida, e olhe o seu também! E viva a União dos Escoteiros do Brasil!

O dia do Escoteiro se foi. Sei que para todos não. Para nós todo dia é nosso dia. O trabalho desenvolvido por todos associados foi estupendo. Intenso marketing nas redes sociais.  Da nossa Direção não. Ela nada faz a não ser ficar dizendo: - Vamos lá, façam vocês! Pois é, não dizem que quem quer vai e quem não quer manda?

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Na trilha da Jângal.
Mowgly o inesquecível.

Ao cair da noite, o Pai Lobo acordou da sesta no seu covil nos montes Seeonee, na Índia. Enquanto a Mãe Loba ficava com as quatro crias, o pai lobo ia caçar. Entretanto apareceu Tabaqui, que os lobos detestavam porque era intriguista e vivia à custa deles. Tabaqui disse aos lobos que Chery Khan lhe havia contado que iria caçar para aquelas zonas. A Mãe Loba respondeu que ele só caçava gado, pois era coxo de uma pata. Raksha olhou para o monte e disse que havia alguma coisa a subir o monte, o Pai Lobo já estava pronto para atacar quando se apercebeu que era uma cria de homem, e foi buscá-lo, colocando-o junto das suas crias na cabana. Logo depois apareceu Chery Khan que queria a cria de homem, mas Raksha disse que a cria era dela, e não iria ser morta. “Vai viver para correr e caçar com a Alcateia. E no fim ainda irá dar fim na sua vida covarde!”
Apesar da cria ter que ser apresentada à Alcateia a Mãe Loba queria continuar com ela, e deu-lhe o nome de Mowgly, a rã. Assim na noite da reunião, levou a cria à Rocha do Conselho para que esta fosse apresentada. Quando o Pai Lobo e a Mãe Loba estavam a apresentar Mowgly, apareceu Chery Khan dizendo que a cria era dele, que uma cria humana não tinha nada a ver com lobos. Alguns Lobos da Alcateia concordaram. Akelá perguntou se havia alguém que queria falar em defesa daquela cria. Balu falou em seu favor. Outro animal que estava a favor da permanência da cria na Alcateia era Baguera, esta ofereceu um touro gordo, se eles aceitassem a cria. A partir daí Mowgly passou a fazer parte da Alcateia de Seeonee.
Balu estava encantado com o seu novo aluno, ensinou-lhe muitas coisas, a Lei da Selva, o que dizer a Mowgly no caso de incomodá-lo durante o dia, Baguera andava sempre a ver os progressos do seu protegido. Mowgli tinha uma vida maravilhosa, entre aprender os segredos da selva com o Pai Lobo e com Balu, ia com Baguera para o centro da floresta para vê-la caçar, de noite ia observar os camponeses nas suas cabanas. Mas por todo o lado pairava a ameaça de Chery Khan. Baguera avisou Mowgli para ter cuidado, pois Chery Khan um dia iria matá-lo, mas Mowgli riu-se, disse que a única coisa que Chery Khan tinha era uma cauda grande enquanto ele tinha Baguera, Balu, a alcateia toda, logo não tinha medo.
Baguera explicou a Mowgli que ele tinha que ter cuidado, pois nem ela que o amava não lhe conseguia olhar nos olhos quanto mais os que o odiavam, pois ele era homem. Baguera teve uma ideia, por coisa que ouvira talvez Tabaqui lhe tivesse dito! Disse a Mowgli para ir à Aldeia dos homens e trouxesse a Flor Vermelha, pois com ela em seu poder nenhum animal ousava aproximar-se. Então Mowgli foi à Aldeia e trouxe um pote com brasas para a selva. Nessa mesma noite Mowgli tinha que comparecer na Rocha do Conselho, pois Àquela tinha falhado a presa, poderia ter sido morto, só não foi porque também queriam matar Mowgli. Então Mowgli pegou no pote das brasas e num ramo e dirigiu-se para lá.
Pelo fato de Akelá ter falhado a presa era de direito do resto da Alcateia matá-lo, Aquelá tinha que enfrentar um a um. Chery Khan pediu a Alcateia para esta lhe dar Mowgli, mas Aquelá disse que não, pois ele fazia parte da Alcateia apenas não eram do mesmo sangue. Àquela prometeu que se deixassem a cria humana ir em paz, morreria sem luta. Poupava-lhes a vergonha de matarem um irmão inocente, que foi defendido e aceite na Alcateia de acordo com a Lei da Selva. Mas os lobos disseram que era um homem e ficaram do lado de Chery Khan. Então Mowgli, furioso, pois não percebia porque razão os outros lobos o detestavam, levantou-se com o pote das brasas e disse que nunca mais chamaria irmãos aos lobos, mas sim cães como os homens o faziam.
Lançou o pote ao chão e incendiou um tufo de musgo seco e um ramo e fê-lo passar por todos os lobos da Alcateia, ficando estes aterrorizados. Disse também que se ia juntar ao seu povo, tinha que esquecer todos os anos que tinham vivido como irmãos. Deu um pontapé na fogueira e as fagulhas saltaram em direção a Chery Khan. Mowgli disse a Chery Khan que este só o queria matar porque não o tinha conseguido fazer quando ele ainda era cria, e se Xer Cane abrisse os dentes, Mowgli enfiava-lhe o ramo a arder pela garganta abaixo, Xer Cane ficou com medo.
Antes de partir para a Aldeia, Mowgly voltou-se para os lobos e disse que quando voltasse àquela Rocha de Conselho levaria a pele de Chery Khan na cabeça. Disse também para não matarem Aquelá, pois este era livre de deixar aquele lugar e de viver como lhe apetecesse.
Agora Chill, o Abutre, traz para casa a noite
E o Morcego, Mangue, não tem onde se acoite;
Gado que adormece em curral e choupana,
Enquanto o Clã de liberdade de ufana.
Eis a hora do orgulho e do poder;
Unhas, garras, colmilhos de raça,
Ouvi o grito: àquele, só àquele
Que à lei da selva se prende: boa caça.
“Canto noturno da Selva”.

Meu irmão lobo



Meu irmão lobo.

- Meu amigo lobo, força no pensamento, estamos com as mãos entrelaçadas ao redor desta Flor Vermelha que sempre nos trará paz e o amor. Ele deu o último passo e sumiu na curva do Rio Waingunga para se juntar aos seus irmãos de Matilha. Quis gritar para ele como o Lobo Gris gritou - “Meu irmão de caverna, meu irmão de jornada, o teu caminho é o meu caminho. A tua caça é a minha caça e tua luta de morte é a minha luta de morte”. Sozinho vi que a fogueira apagou. Algumas brasas adormecidas ainda deixaram fagulhas serem levadas pelo vento. Toda a Alcateia foi dormir. Eu ainda fiquei por um tempo olhando para o céu estrelado e lembrando o meu irmão Lobo que partiu e pensei... - “As estrelas desmaiam, concluiu o lobo Gris, de olhos erguidos para o céu”. Onde me aninharei doravante? Porque agora os caminhos são novos...
Boa noite.

Lendas da Jangal. 25/04/2020 A lenda de Sasquatch, o lobo solitário da Montanha de Cristal. Uma história para lobinhos e escoteiros.




Lendas da Jangal. 25/04/2020
A lenda de Sasquatch, o lobo solitário da Montanha de Cristal.
Uma história para lobinhos e escoteiros.

Era uma vez... Esta é uma história de um lobo, um lobo solitário que nas madrugadas vagava pela Montanha de Cristal com seu uivo sinistro como a pedir à ajuda que nunca teve. Dizem que ele chorava que em seus olhos negros havia sempre uma lágrima a cair. Não é uma história de um final feliz. Sei que os lobos nas montanhas andam em matilhas, o mais forte protege o mais fraco, mas quando ele está Velho, sem condições de sobrevivência é deixado pelos demais e morre uivando de fome sede e frio. Mas deixe-me contar a vocês a história de Sasquatch. Foi Sandra quem o apelidou assim. Sandra foi outra que viu seu mundo desmoronar. Não vamos avançar a história. Melhor narrar parte por parte para que vocês conheçam melhor tudo que aconteceu com Sandra e Sasquatch, o lobo solitário da Montanha de Cristal.

Sandra tinha trinta e seis anos quando Otávio seu marido faleceu. Durante quatro anos agonizou em um hospital do SUS até que Deus o levou e quem sabe para melhor. Sandra não chorou. Chorou sim quando soube que ele tinha uma grave doença pulmonar e que não sobreviveria por muito tempo. Viveu quatro anos dos mais felizes em sua vida com ele e o tratando com o maior carinho. A doença consumiu tudo que tinham. Gastaram todas suas economias. Vendeu sua casinha que compraram com muito sacrifício. Não tiveram filhos. Otávio no primeiro ano de casado resolveu assim. Seis meses depois da morte de Otávio, Sandra ainda morava só. Uma irmã no nordeste escreveu para ela para ir morar com ela. Sandra não quis e resolveu ficar. Sua tristeza quando chegava à noite em casa do seu trabalho era enorme. Lia um livro, um programa de TV e ia dormir sonhando com Otávio ao seu lado.

A vida de Sandra era uma rotina. Foi Amélia sua colega de trabalho quem mudou tudo. – Preciso de uma assistente. E você vai me ajudar disse. – Sandra riu e aceitou. Quem sabe o Escotismo lhe daria um novo caminho? O tempo passou. Amélia casou e saiu do Grupo. Sandra ficou em seu lugar. A Alcateia passou a ser um pouco sua vida. Dedicava de corpo e alma aos seus lobinhos. Adorava os meninos e as meninas. Fez curso, aprendeu muito em outras alcateias que visitou e acantonou. Tonho e Marilda eram suas assistentes. Baloo e Bagheera. Os lobinhos e as lobinhas tinham verdadeira adoração por eles. Sandra já não mais se sentia só. O escotismo deu a ela nova motivação e uma filosofia de vida que ela nunca esperava.

Tudo aconteceu em julho. Anualmente sempre faziam um acantonamento no Rancho Fundo do Seu Leôncio. Seu Ruan proprietário adorava os lobos e dizia enquanto fosse vivo aqui será um rancho de lobos! Atrás da casa sede tinha uma montanha. Linda. Muitos bosques e uma nascente. Sandra quando ia ali ficava horas e horas a olhar para ela. Chamavam-na de a Montanha de Cristal. Sandra não sabia por que, mas no dia da viagem para o acantonamento bateu uma enorme saudade de Otávio. Três anos sem ele e ela não entendia aquela melancolia, logo agora em um acantonamento. Quem sabe por que ia só e os seus dois assistentes iriam à noite. Duas mães foram juntas para ajudar na cozinha e limpeza diversas. Chegaram, arrancharam, e logo começou as atividades. Iam ficar três dias.

À tarde do primeiro dia enquanto os lobos arrumavam suas tralhas para a noite e o banho Sandra olhava para a Montanha. Assustou quando avistou um Lobo parado em uma pequena trilha olhando para ela. Não sabia o que fazer. Entrou correndo na casa sede. Olhou pela janela. O lobo se afastava. Mancando. Notou que sua perna direita estava quebrada. Sentiu pena dele. Sem perceber o chamou de Sasquatch. Nada há ver com a história do homem de neve que contam por aí. Ela saiu de novo da casa. O lobo parou e voltou. Ela notou seus olhos tristes. Parecia que lagrimas caiam. Não era possível. Ela devia estar enganada. Lobo não chora. Viu que ele se aproximou dela. Lambeu seus pés. Ela foi até a cozinha. Cortou um pedaço da carne do almoço do outro dia e deu para ele. Ele olhou para ela com os olhos húmidos e balançou a cabeça como a agradecer. Não comeu a carne. Pegou entre os dentes e subiu a trilha que levava ao alto da Montanha de Cristal.

Sandra acordou várias vezes. Jurava ouvir uivos enormes. Acordou pela manhã e alguém uivava lá fora. Era ele. Sasquatch. Sempre mancando. Sandra aproximou dele e ele deixou que ela o acariciasse. Viu que a perna estava curta e tinha sinal de perfuração de bala. Um caçador malvado só podia ser. Ela o olhou nos olhos, viu o brilho firme a encará-la. Foi de novo buscar alimentação para ele. Ele ajoelhou e balançou a cabeça. Deu um enorme uivo pegou a carne com os dentes e de novo seguiu a trilha da montanha. Vários lobinhos viram o lobo, tentaram se aproximar, mas ele mancando corria. Só com Sandra ele se deixava acariciar. Assim foram os três dias. No último ele fez um sinal para ela. Parecia saber que ela ia embora. Andava em direção à trilha, parava e olhava para trás. Sandra o seguiu. Não andou muito e ele entrou em uma pequena caverna.

Sandra ficou com medo de entrar lá. Por diversas vezes Sasquatch chegou à entrada e fez o sinal para ela entrar. Resolveu segui-lo. O que viu foi de estarrecer. Dois lobinhos recém-nascidos mortos e dois vivos entre a vida e a morte. Tinha carne junto deles, mas não conseguiam comer de tão fracos. Olhou de novo para Sasquatch. Viu que ele era um lobo macho. A femea devia ter morrido, mas ele não abandonou os lobinhos. Filhos dele? Sandra não sabia o que fazer. Ele olhava para ela com carinho como a pedir que o ajudasse. Ajudar como? Ela tinha de ir embora. Sentia enorme pena dos lobinhos e sabiam que eles iam morrer. Fazer o que? Saiu da caverna. Olhou para o céu e perguntou a Deus o que devia fazer. Viu em uma nuvem Otávio a sorrir para ela. Era alucinação, ela não acreditava nisto. Resolveu voltar ao Rancho. Olhou para trás, Sasquatch ajoelhado uivava. Um uivo dolorido, choroso, e lágrimas caiam de seus olhos.

Sandra voltou. Colocou os dois lobinhos no colo. Iria levá-los com ela. Não tinha outra saída. Desceu com Sasquatch a acompanhando. O ônibus chegou e a lobada cantando tomou seus lugares. Brincavam com os lobinhos que já estavam recuperando suas forças. Sandra deu leite para eles que beberam sofregamente. Ao entrar no ônibus deu uma última olhada em Sasquatch. Ele uivava e ela não sabia se de alegria ou tristeza. Sabia que não podia levá-lo. Não tinha condições. O ônibus foi saindo devagar pela estrada vermelha. Sasquatch tentou acompanhar, não conseguiu. Coxeava muito. Sua perna quebrada não deixava. Uivou muito e Sandra ouvia chorando baixinho. Quando o ônibus chegou à estrada asfaltada ele olhou pela ultima vez a Montanha de Cristal. Parecia que uma luz brilhante pairava sobre ela. Mas viu a figura novamente de Otávio sorrindo. Tranquilizou-se.

Dizem que durante muitos anos Sandra cuidou dos dois lobos. Um ela chamou de Lobo Gris e o outro... Sasquatch. Por onde andava os dois lindos e enormes lobos a acompanhavam. Um de cada lado. Disseram-me que ela voltou muitas vezes a Montanha de Cristal. Foi até a caverna onde os lobos nasceram. Levou Gris e Sasquatch e eles uivaram por muito tempo como a lembrar de seu pai que deu a eles um grande carinho e amor e porque não a vida. Ao retornar ouviu bem no alto da montanha um uivo enorme. Sabia que era ele. Olhou para lá, não viu nada. Mas sentiu um calafrio. Não era ele em vida, mas ali estava seu espirito como a agradecer o belo gesto de Sandra. E posso garantir as mil e uma historia que um dia irei contar, Sandra viveu feliz para sempre na companhia dos dois lobos. Sei que ficaram amigos para sempre! E contam até hoje que uma estrela brilhante paira todas as luas cheias por cima da caverna da Montanha de Cristal. 

Conversa ao pé do fogo. 25/04/2020 Putz Grila, vai ser a festa do ano!




Conversa ao pé do fogo. 25/04/2020
Putz Grila, vai ser a festa do ano!

... – Não vou falar no Moro, nem no Bolsonaro, tenho minha opinião que difere de muitos e que cada um carregue seu calvário, pois só o futuro dirá. Se o diabo não ajuda, minha festa vai ajudar. Estão todos convidados!

Aceite o meu convite, da minha festa Senhor...
O faço de bom alvitre insisto com muito louvor.
Vai ser tudo de graça, uma festa muito massa!
Faço questão que venha, mesmo morando na Penha.
Tem musica escoteira e samba, vai ser uma festa de arroba!

- Pois é meu dia chegou e eu nem esperava. A Caixa Econômica ligou dizendo que eu tinha ganhado milhões e milhões de reais. Eram tantos que ela pedia minha presença para ajudar a contar. Corremos eu e Célia logo ao amanhecer do dia para a matriz de Osasco. Fomos de limusine gentileza do Presidente da Caixa. Um carro enorme de vidros fumê e com uísque Dalmore 18 anos que nunca pude comprar. Oito agentes secretos a nos escoltar. Pensava com meus botões se ia gostar ou não. Sempre fui feliz sendo pobre e agora? Célia fazia planos. Deixei-a voar nas asas da imaginação. Ela me olhou com aqueles olhos que sempre amei e disse: Marido e agora? Eu sorri para ela. Não tinha respostas. Precisava pensar. Fomos tratados como reis na Caixa. Tinha até um bilhete do Bolsonaro nos convidando a investir na Policia Federal... Eu eim? Seria tanto dinheiro assim? Eu é que não iria me meter nesta cumbuca! Tem gente demais querendo mandar. Rs.

Ficamos o dia inteiro na Caixa. Chamei os filhos e cada teve o seu bom bocado. Foi então que assustado vi o quanto sobrou. Tirei dez por cento para viver e o restante comprei Letras do Tesouro Nacional para com os juros ajudar as crianças doentes do mundo. Era muito dinheiro. Pedi ajuda a Viviane Sena. Ela tem uma ONG só para isto. Meus dez por cento passava de quarenta milhões de dólares. Só se falava em dólares em euros. - Célia vamos ajudar a todos os grupos escoteiros humildes. Sede própria e material completo. Ela concordou e sorria. Amava o escotismo como eu. Marido você sozinho não aguenta. Vamos contratar secretárias, advogados, funcionários logo após o Covid-19 passar. – Putz! A coisa estava complicando. Queria ajudar e não arrumar novos problemas. Em casa cinco telegramas. Um do Denzel Washington se oferecendo para organizar a noite de autógrafos. O que? Ah! Eram meus livros que seriam publicados. Capa dura, letras em ouro. Folhas de linho indiano. Denzel na sua maneira humilde disse que se responsabilizaria pela festa. Poxa! Como ele sabia que eu ia fazer meus livros?

 Sandra Bullock me telefonou. Queria me parabenizar. Iria fazer um filme com Nicolas Cage.  Chefe é uma historia de uma Chefe escoteira que abandona o grupo e vai ser diretora na Escoteiros do Brasil! – Putz. Não gostei do enredo.  Sei que ela é linda, mas prefiro a Julia Roberts e a Nicole Kidman. Paulo Coelho se ofereceu para ajudar. Sua editora se prontificou. A Amazon telefonou. A Microsoft também o Google e o Facebook não ficaram atrás. Disse a todos que não ia regatear. Exigi letras bordadas em ouro. Meus livros seriam de graça a quem me pedir. Os grandões da EB não iam ter colher de Chá. Ou pagavam ou iam ler na Cochinchina junto ao Covid-19. Os telefonemas não paravam. Vin Diesel e Keanu Reeves se prontificaram a abrilhantar a festa. Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger se ofereceram como sentinelas. Mel Gibson se ofereceu para dar seu sorriso malandro e piscar para as Chefes Escoteiras.  

Célia sugeriu chamar o Jackie Chan e o Jet Li para ficar na porta dando as boas vindas. Poxa, a festa seria demais. Ia contratar vinte Boeing da Azul da LATAN e da GOL que ficariam à disposição aos que quisessem participar. Ninguem iria gastar nada. Reservaria 5.000 quartos nos melhores hotéis da cidade. Seria a festa escoteira de todos os tempos! Paguei os tubos para o André Rieu e sua orquestra estarem presentes. Roberto Carlos, Dana Summer, e alguns pagodeiros iriam ser contratados apesar de não fazerem meu forte. Ia ter dança ia ter fogo de conselho em um enorme salão no Centro de Eventos do Anhembi. André prometeu valsas vianenses e para terminar ele iria fazer um arranjo especial de Auld Lang Syne (a canção da despedida). Ele contratou a Royal Scots Dragoon Guards só para marchar à canção de todos os tempos. Eles são o máximo.

Tudo caminhava bem. Programação escoteira perfeita. Angelina Jolie e Brad Pitt se ofereceram para serem os anfitriões devidamente uniformizados com o Caqui meu amor. A coisa começou a complicar quando o Rodrigo Maia e o Alcolumbre pediram para trazer duzentos deputados da tal Frente Parlamentar escoteira. Um tremendo de um papo furado. A maioria nos arquivos do STF e nas páginas policiais. Soube que o Zero um queria vir. Mandei um convite para Sérgio Moro o demissionário. A presença dele era muito importante para evitar ladrões do erário. Melhor me prevenir e não receber de ultima hora a visita do Bolsonaro. Arre! Ninguém iria bagunçar minha noite de autógrafos. Liguei para Will Smyth e Bruce Willis. Preciso de vocês para organizar a fila! Recebi um telefonema do Presidente da WOSM. Queria participar. E junto iriam trazer a cambada da Nacional. Never!

Randall L. Stephenson da Boy Scout of America conseguiu o Air Force One para trazer todos os grandes escoteiros do mundo. Bear Grylls mandou um recado que viria e que ia convidar o Principe William e o Principe Harry e seus consortes para virem também. Pensei convidar os bisnetos de BP. Sei lá. Nem sei se são bons escoteiros. Eu fazia questão de trazer meus amigos do escotismo. Do sul, do norte, do nordeste do Centro Oeste e dos países que me acompanham no Facebook. Entrada livre para a meninada escoteira, desde que com um sorriso. Entraria vestimentados desde que estivessem com a camisa dentro da calça sem chapéu texano e Australiano. Tudo ia nos conformes. Reservei duzentos lugares no presídio do Tremembé para os figurões escoteiros. O grande dia chegou. Congonhas e Cumbica cheia de jatos. Dezenas de ônibus de luxo transportavam meus convidados. Nove da noite. Com minha nova bengala feita de pau de goiabeira estava na entrada de calça curta, caqui, nos trinques e meu chapelão Escoteiro. Fiz questão de colocar meu penacho azul e minhas jarreteiras verdes.

Dizem que tudo que é bom dura pouco. A Celia me cutucava. Marido! Marido! Está na hora do nosso Culto no Lar. Acordei esfregando os olhos. Era quarta dia sagrado. Quanta tristeza ia ser uma festa de arromba. Ainda bem que não lutava com os Chefões da Escoteiro do Brasil. Metidos a besta na minha festa não iam entrar. Quem sabe um dia fico rico e a festa vai acontecer? Se for rezarei para ter nela meu amigo Robert Baden-Powell em espírito para abrilhantar. Arrê! Quem sabe este sonho vai acontecer?    


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Lendas Escoteiras. 24/04/2020 O pecado de todos nós.




Lendas Escoteiras. 24/04/2020
O pecado de todos nós.

... - O corpo e a alma precisam de novos caminhos para se unir harmoniosamente. “O futuro bate à nossa porta, e todas as ideias - exceto as que envolvem preconceitos - terão chance de aparecer e serão valorizadas pelas pessoas”.

- Disseram-me uma vez que ser feliz não é pecado. A felicidade é desprezada por muita gente. É irritante ver alguém naturalmente lindo, rico, simpático, inteligente, culto, talentoso, apaixonado e, ainda por cima feliz! Estou citando isto porque quando conheci Diego pela primeira vez ele era quase tudo isto. Ele conseguiu dar alma ao Grupo Escoteiro Ventos do Norte. Trouxe o sorriso que faltava e todos ali o amavam. Um invejoso comentou que seu jeito, sua maneira de falar e andar, sua voz cheia de trejeitos poderia trazer resultados danosos ao movimento Escoteiro. Diego apareceu do nada e do nada se solidificou como pessoa importante na parte burocrática e em tempo algum alimentou seu sonho de um dia ser um Chefe Escoteiro ou de lobinho. Doutor Janílson o Presidente não sabia de onde ele veio. Não tinha filhos no Grupo e alguns o conheciam na cidade porque era gerente nas Lojas Abil, famosa pelos seus vestidos feitos pelos maiores estilistas do mundo. Ali se encontrava um Gabriell Miuccia Prada, um Bonheur Chanel, um Christian Dior ou mesmo um John Galliano sem falar nas famosas bolsas Louis Vuitton.

Era bem quisto pela sociedade local e muitas madames o procuravam para ser atendidas por ele. Diogo tinha um grande amor. O Escotismo. Como surgiu ninguém soube. Era incansável na colaboração ao Grupo Escoteiro. Conseguiu com suas amizades vultosas colaborações financeiras para o Grupo. Nunca fez a promessa e com seus olhos brilhantes admirava quando alguém no cerimonial jurava a Deus e a Pátria Ele sonhava em fazer a promessa, mas sabia que no Grupo Escoteiro seus trejeitos eram considerados anormais havia muito preconceito por pessoas como ele. Ele respeitava a todos. Mas não era o que pensava Jonny Vampuso. Ele mesmo se perguntou varias vezes se poderia estar no meio escoteiro um sujeito que era conhecido como um homossexual ou um sapatão.

Uma das maiores alegrias de Diogo foi quando a Akelá Sophia o convidou para ajudar no acantonamento distrital. Ele nunca se sentiu tão feliz. Parecia estar em casa, ou melhor, no paraíso. Os lobinhos o adoravam e os chefes passaram a ter por ele um carinho todo especial. Quando retornaram pensou que o Doutor Janílson o convidaria para ser um assistente. Mas nada aconteceu. Ele não sabia que seu algoz Jonny Vampuso o condenava no grupo e boa parte do Distrito e região. Sabemos que pessoas preconceituosas, são reflexos de defeitos não revelados por eles mesmos. Um dia foi chamado no Escritório Regional. O Doutor Janilson se desculpou e não foi com ele. Diogo sentiu-se um cordeiro a mercê dos lobos.

Eram quatro dirigentes. Sisudos. Cara feia. Nem um sorriso. Eram chefes Escoteiros zelando pelo bem da moral escoteira.  Fizeram mil perguntas e no final da reunião um querendo mostrar ser boa praça o convidou para um café. Falava baixinho, sobre o que pensavam dele, sobre os resultados maldosos que o escotismo poderia ter com sua presença, chegou até a citar Paulo Coelho que disse que quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. – Você meu amigo ele disse, sabe que não o aceitam em todos os lugares, sei que isto é cruel. Aceite meu conselho peça demissão e vá embora do Grupo Escoteiro. Vamos evitar rusgas e processos inúteis.

Diogo foi para casa com a alma ferida. Ele sabia quem era e o que pensavam dele. Chorou no ônibus, e a tristeza o invadiu por muito tempo. Pediu demissão de um cargo que não tinha e saiu do Grupo Escoteiro Ventos do Norte. Ficava aos sábados sonhando com seu passado Escoteiro que para dizer a verdade nunca existiu e nunca iria existir. Ele sabia que as nuvens das tristezas são como o vento. Quando elas desaparecem o dia fica mais lindo. Pensava em enfrentar os maledicentes, dizer que eles não eram os donos da verdade. Falava para si mesmo que nunca devia deixar de fazer algo de bom que seu coração pede. Se isto acontecer o tempo poderá passar e as oportunidades também.

Quando naquela tarde Jonny Vampuso entrou na loja com sua noiva para comprar um vestido ele pensou em não atendê-lo. Afinal ele sabia que o dedo duro foi ele. Porque fizera isto? Ele nunca lhe tinha feito nenhum mal. Ele sabia que seu coração não podia odiar. O atendeu até melhor que muitos que ali estiveram. A noiva de Jonny Vampuso se encantou com Diogo. Na saída Jonny Vampuso num impulso de bom Escoteiro foi até ele e lhe pediu desculpas. Diogo pensou consigo se aceitaria seu pedido. Ainda tinha uma mágoa guardada em seu peito. Sabia que Jonny Vampuso errara e não lhe negaria o perdão. Pensou mesmo em não apertar sua mão. Mas quando viu que ele lhe dera a esquerda, aquela que dizem ser do coração ele aceitou. Quando Jonny Vampuso foi embora as lagrimas desceram novamente.

A vida escoteira de Diogo encerrou ali. Naquele mesmo dia dois menores entraram para roubar e deram um tiro certeiro em Diogo. Morreu na hora. A sociedade em peso tristonha, mas não participativa não foram as suas exéquias. As Madames que ele sempre atendia com presteza e que sempre o trataram como um cão fiel também não foram. Ele sabia o que as madames queriam. Ele sempre elogiava dizendo: Eu posso reconhecer a senhora entre mil. Os seus passos têm a magia das grandes senhoras. A sua voz Madame é o sinal maior do meu momento feliz e às vezes Madame não precisam nem falar eu sei o que quer!

Eu fui ao enterro de Diogo. Simples. Nenhuma Madame presente. A sociedade não perdoa bajulação sem motivo. Escoteiros? Uns cinco lobos e a Akelá chorosa. Doutor Janilson apareceu para dizer olá e se foi. Jonny Vampuso também apareceu e ficou pouco tempo. Quando a terra sagrada o cobriu avistei uma senhora magrinha, vestida simplesmente, com um menino nos braços e em uma das mãos uma menina de uns oitos anos chorando. Não tendo mais ninguém lá elas se aproximaram da última morada de Diego. Fiquei curioso. Aproximei-me. – Vocês o conheciam? – A menina chorando e soluçando disse – Era meu pai! A Senhora me contou que era sua esposa. Ele fez um trato com ela quando casaram. Tenho meu amor que fingir o que não sou. Meu trabalho me obriga. A sociedade que eu atendo sente-se satisfeita com minha voz, meus trejeitos e sabe, um dia vamos embora daqui.

- Que vida, pensei. O acusaram de ser o que não era. Mas de quem seria a culpa? Dele? Dos que viveram a sua volta? Ou dos preconceitos que norteiam uma sociedade que não aceita os direitos dos que se acham possuídos dele? Que os anjos estejam com você Diogo. Para sempre!